quarta-feira, 27 de abril de 2016

Filho pródigo

LUCAS 15.11-32

11.E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
12.E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
13.E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14.E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
15.E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.
16.E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
17.E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
18.Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
19.Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
20.E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21.E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
22.Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;
23.E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
24.Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25.E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
26.E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27.E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
28.Mas ele se indignou, e não queria entrar.
29.E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
30.Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
31.E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;
32.Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.

v.11 – A parábola mostra que havia harmonia neste lar, o filho não foi expulso.
v.12 “...dá-me a parte...”. Embora houvesse harmonia neste lar, o filho mais moço não concordava com a forma que o pai administrava os bens, achava que tudo estava errado. Sua insubmissão em pensar que merecia melhor tratamento, mais reconhecimento e que sabia mais que os outros  o levou a pedir sua parte na herança. O orgulho o levou pensar  que sabia muito, porém não soube o mais importante: herança só se recebe depois da morte do seu pai.
v.13 “..ajuntando tudo, partiu...” Afastou-se do pai, resolveu sair de perto de tudo aquilo que achou estar errado, abandonou o amor, a proteção e a provisão que o pai lhe dera.
v.14,15 e 16 -  Nestes versículos vemos as consequências do pecado: miséria, fracasso, solidão e humilhação.
v.17 – “ E tornando em si...” Agora vemos o arrependimento de alguém que reconheceu seu erro: Tudo o que parecia errado na casa do pai, estava certo e tudo que parecia bom, longe da casa  do pai, era maligno.
v.18 – Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai...” Ato de conversão, após cair em si (arrependimento),  era necessário atitude,  aquela situação não mudaria apenas  com o remorso de ter errado era necessário deixar todo o orgulho e as causas que o levaram a afastar-se do pai e buscar uma reaproximação.
v.20 – “...viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe  ao pescoço e o beijou.” O pai está sempre pronto a perdoar, não importa o que façamos, ele nos ama com amor incondicional e na primeira atitude que tivermos em voltar a sua casa, ele correrá em nossa direção, mostrando que não haverá  barreiras nesta aproximação.
v.22 – “...trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;”
O pai anuncia a todos o retorno do seu filho e o vesti a fim que não sentisse vergonha do seu estado. Deus sempre nos tratará como filhos embora não merecêssemos.
v.26 – “...perguntou-lhe o que era aquilo”  Se por um lado tínhamos o filho mais moço como orgulhoso, agora temos o filho mais velho egoísta que se incomoda com o retorno do moço.
v.27 – “...veio o teu irmão...”  O criado conseguiu reconhecer que se tratava do irmão mais moço pelo modo como o pai o tratara.
v.28 – “Mas ele se indignou...”  O egoísta não tem virtudes. Não esbanjou as riquezas do pai, mas não consentia em repartir o que tinha.
v.29 – “...nunca me deste um cabrito...” Este triste filho não conhecia a lei (Dt.21:27) Enquanto um terço  da herança pertencia a seu irmão mais moço, outra maior parte, ou seja: dois terços, ficariam com ele. Egoísta, porque servia pensando em recompensa e não admitia repartir nada do que lhe pertencia.

v.30 – “Vindo,porém este teu filho...”  Deveria dizer: vindo meu irmão, porém disse: vindo este teu filho. Viu o irmão como um rival, não reconhecia-o como irmão. Fidelidade a casa do pai, porém sem misericórdia.  O filho mais moço encontra agora um  problema  dentro da casa de seu pai, porque enquanto este era  esbanjador o mais velho estava  fora dos padrões de seu pai.

Alexandre Bilhalva

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